22.9.09

OS LINDOS DE OUTRORA



Vou dedar! A culpa deste post é da minha prima Luci.

Na última vez em que a visitei, ela me emprestou alguns DVD’s de filmes antigos – que adoro; a Hollywood antiga é excelente, seja de que forma for – e, após assistir Ben Hur pela bilionésima vez e Crepúsculo dos Deuses pela primeira de futuras milhares de vezes (Billy Wilder espetacular!!), resolvi lembrar dos belos galãs de outrora que faziam (e ainda fazem) senhoras e senhoritas de todas as idades suspirar discreta ou ostensivamente...

Para não ser injusta, listá-los-ei, decrescentes, de acordo com o ano de nascimento.

Humphrey Bogart (1899)

Parece surreal, mas não é; verifiquei diversas vezes. Tio Bogie é realmente um excepcional filho do final do século XIX.

Bogart não é um típico sujeito lindo, mas possui algo em seu olhar firme e em sua (pretensa) atitude rude e indiferente – marcantes em O Falcão Maltês/Relíquia Macabra – que o torna um homem atraente e sedutor, ao seu modo.

Nenhuma mulher com juízo escapa incólume de sua interpretação naquele que considero um dos filmes de minha vida, o inesquecível e indispensável Casablanca.

Laurence Olivier (1907)

O belo amor da vida de Vivian Leigh não podia faltar nesta listagem. Com seu olhar doce e seu porte altivo e elegante, era-lhe impossível passar despercebido nas telas.Se não me engano, esta foto parece ser um capture ou então uma foto promocional do fantástico Rebecca, a Mulher Inesquecível, dirigido por aquele gordinho encrenqueiro que atendia pelo apelido de Tio Hitch.

Gene Kelly (1912)

Fofo!

Que outra designação merece o maravilhoso dançarino protagonista de Cantando na Chuva?

Gene Kelly é um encanto para os olhos, seja sapateando, seja fazendo essa carinha de cão sem dono que nos faz ter vontade de levá-lo para casa...

Burt Lancaster (1913)

Certa vez disseram que este belo homem, fantástico ator de aparência supermáscula, era homossexual.

Meu queixo caiu.

Não porque eu ache que homem bonito não pode ser homossexual, nada disso; mas, é que quando nós o vemos testosteronicamente rolando na areia com Deborah Kerr apertada em seus braços naquela famosa (e, para a época, escandalosa) cena de A Um Passo da Eternidade, fica difícil acreditar. Veja o filme e você me compreenderá...

Mas, opções sexuais à parte, Burt era um ator e tanto, e pronto!

Frank Sinatra (1915)

Hum, preciso mesmo explicar o porquê deste sagitariano maaaaaaravilhoso integrar esta listagem de lindos de outrora? Acho que não. Afinal de contas, todo mundo que me conhece está carequinha de saber que sou simplesmente apaixonada por este sujeito...

Recomendo, além de obviamente toda a discografia, que se o veja atuando em A Um Passo da Eternidade (merecido vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante), Sob o Domínio do Mal (que mereceu uma versão moderna com Denzel Washington) e, claro, Onze Homens e Um Segredo.

Yul Brynner (1915)

Outro que não é necessariamente lindo, todavia é impossível não ser notado.

Como bem poderia dizer a senhorita Katylene Beezmarcky, que olhar é esse, Braseel?

Pelo amor dos meus filhinhos pequenos!!

As irrefreáveis más línguas gostam de dizer que Brynner era ótimo ator enquanto interpretava praticamente a si mesmo, como em O Rei e Eu e em Os Dez Mandamentos. Porém, eu aconselharia a essas más línguas a espiarem sua atuação em Sete Homens e Um Destino e em um outro filme genial, cujo nome infelizmente me escapa, onde ele é o capitão de um submarino em situação de quase-conflito. Quero ver, então, alguém sustentar esse papinho ridículo de interpretar a si mesmo!

Gregory Peck (1916)

Aaahh, meu Deus... Olha essa carinha de cão sem dono, essa perdição esparramada na mesa?? Quem não suspira e diz eu quero?

Além de toda a beleza e elegância, este excelente ator cujo sobrenome evoca deliciosos trocadilhos prova seu talento em grandes filmes como O Sol é Para Todos, Os Canhões de Navarone, Moby Dick e Da Terra Nascem os Homens.

William Holden (1918)

Sinceramente? Eu adoro este homem!

Ele não é lindo, não é um intérprete primoroso, mas, basta William Holden aparecer na tela para meu enorme sorriso imbecil e embasbacado surgir simultaneamente, acompanhado por um incomensurável suspiro.

Foi culpa de Mr. Holden o primoroso Crepúsculo dos Deuses não ter me transtornado como deveria! Quando a realidade da história ameaçava me atingir como uma marreta, este espetáculo de homem aparecia em cena e pronto – lá ia eu me liquefazendo num contínuo e inevitável processo de derretimento... E quando ele enverga casaca completa, com relógio de bolso e camélia na lapela? É maldade demais, coitadinha de mim!...

Recentemente, enquanto pesquisava dados para este post, li na Wiki que ele morreu de tanto beber. Porém, acho que esse pessoal era todo amigo do copo, mesmo, entornões de primeira: Holden, Bogie, Sinatra... Desperdício, viu?

Mas, para quem quiser derreter-se, como eu, assistindo às atuações desse espetáculo da natureza, recomendo Férias de Amor (e o uso concomitante de um super babador), Suplício de Uma Saudade e Sabrina, onde Holden tem o prazer da companhia de Bogie e da sempre linda Audrey Hepburn.

Christopher Lee (1922)

Ele é o Senhor dos Vampiros! Ele é Drácula! O digno sucessor de Bela Lugosi!

Galã máximo da Hammer Films (aeeeeeeeeeeeee!!), além de mordedor de pescoços inocentes ele também já foi bruxo, serial killer e até mesmo Sherlock Holmes.

Convenhamos, e que Holmes!!! Disputo a unha o lugar do Watson!!

Quando despojado dos maneirismos que o consagraram nos filmes de horror (?) da Hammer, Christopher Lee se revela um excelente ator que até hoje nos encanta, se não mais com sua beleza, com seu indiscutível talento.

Ou você se esqueceu de Saruman, o Branco?

O Senhor dos Anéis, seu infiel! Desmemoriado! Relapso!

Charlton Heston (1923)

Eu tenho uma teoria: quem desenvolveu o Panavison o fez pensando exclusivamente em toda a extensa geografia corporal deste indivíduo espetacular. Afinal de contas, você acha que era fácil acomodar este homem enooooorme nas telas dos cinemas?

Não importa como: por exemplo, em Ben-Hur, El Cid e O Planeta dos Macacos, Charlton Heston enche a tela, lota os espaços, se esparrama por todos os cantos. E você ainda se pega lamentando por o primeiro filme não comportar na íntegra um Grande Prêmio de Jerusalém de Fórmula Biga, o segundo não ter a duração de no mínimo dois dias e o terceiro não ter, pelo menos, umas dezesseis continuações com o mesmo figurino jungle casual para o protagonista.

Paul Newman (1925)

Grande ator, grande pessoa, grande beleza. Rosto burilado a cinzel, lindíssimos olhos azuis e uma extraordinária presença em cena, ele interpretou desde homens sem lei até aristocratas, burgueses atormentados e jogadores de sinuca. Morreu recentemente, vitimado por uma porra de um câncer.

Recomendo-o em dois extremos: Hombre e Gata em Teto de Zinco Quente, onde contracena com a belíssima Elizabeth Taylor. Ah, e em Butch Cassidy e Sundance Kid, também!!

Rock Hudson (1925)

Esta bela e também grandona criatura era uma delícia contracenando com Doris Day naquelas comediazinhas docemente ridículas dos anos 50, como Confidências à Meia Noite e Não Me Mandem Flores. Também fez filmes sérios, como Assim Caminha a Humanidade e O Embrião, mas, em minhas lembranças, Rock Hudson sempre surge como o bonitão meio bocó, mas gente boa, por quem você poderia até mesmo vir a se apaixonar perdidamente.

Clint Eastwood (1930)

Acreditem: eu sofro por causa deste homem.

Minhas implacáveis amigas Marcia e Mel o detonam, dizendo que meu estimadíssimo Tio Clint não pode ser considerado bom ator, e nem mesmo ator, porque em todos os filmes ele entra mudo e sai calado.

Mas, em verdade lhes digo: quando são precisas palavras, se em apenas um olhar se espelha todo o roteiro? Clint Eastwood interpreta, no mais das vezes, com aqueles ultra-expressivos verdes olhos que Papai do Céu lhe deu, e convence perfeitamente!

E, como se não bastasse o talento diante das câmeras, Eastwood ainda é produtor (a Malpaso Films é dele, tá legal??), roteirista, diretor, vencedor de Oscar e o que mais precisar ser!!!

Adoro seu personagem nos faroestes de Sérgio Leone, o pastor pistoleiro de O Cavaleiro Solitário, o pistoleiro aposentado de Os Imperdoáveis, o maravilhoso Robert Kincaid de As Pontes de Madison (eu AMO esse filme!), o filho da puta do Dirty Harry... Fora todos os filmes que ele dirigiu, desde os blockbusters Cartas de Iwo Jima & A Conquista da Honra até o pouco conhecido, posto excelente Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal!

Tio Clint é tudo! Tio Clint rules!! Calado ou falando, ele detona!

E, como se não bastasse, de espetáááááculo quando novo ele passou para coroa enxuto (porra, essa expressão é de mil novecentos e guaraná com rolha!!) e, agora, tornou-se um vovô muito fofo! Veja se não é verdade:

Maximillian Schell (1930)

Não é um ator muito conhecido aqui debaixo do Equador, mas isso não lhe desmerece nem o talento nem a beleza, ambos claramente demonstrados em A Cruz de Ferro (excelente filme de guerra onde contracena com Lee Marvin) e em O Julgamento de Nuremberg. Já mais velho, Schell interpretou o czar Pedro, o Grande, em uma série homônima da HBO que a Globo exibiu certa vez há uns 300 anos atrás, e da qual nunca mais tive qualquer notícia, infelizmente...

Sean Connery (1930)

Conhecidíssimo, Sir, notório, talentoso, oscarizado, etc, etc, etc. Todo mundo sabe disso. Então, abordemos outros aspectos de sua pessoa.

Ó Escócia!! Por que não o produziste em série!!!

Novamente repito: que olhar é esse, Braseel???

Mais do que um lindo de outrora, Connery é um lindo de ontem, hoje e sempre!

Jesus que tome conta e não deixe perder! Não é, meninas?

Omar Sharif (1932)

Eis outro espetáculo que, no mais das vezes, é apenas olhos. Os olhos tristes de Jivago, os olhos altivos do sheik (Lawrence da Arábia), os olhos apaixonados do playboy jogador (Funny Girl/Funny Lady)... Olhos negros, grandes, abismos de emoção.

Exagero? De forma alguma. Recorde comigo apenas uma cena de Dr. Jivago: o cretino Victor Komarovsky vem, provavelmente surgido dos infernos, chantagear Lara para forçá-la a ir-se com ele. Quando ambos partem num trenó, Jivago corre ao sótão da casa onde viviam e, através da vidraça embaçada de uma pequena janela, assiste, desesperado, o amor de sua vida afastar-se naquela imensidão gelada, sem que ele nada possa fazer para impedir...

Ah, fala sério!!! Até meu amantíssimo Tenente Comandante Data iria às lágrimas com aquele olhar de Omar Sharif!!! Eu estou emocionada de novo, só de lembrar-me da cena!!

Agora, o detalhe que marca o verdadeiro ator: certa feita, em uma entrevista, perguntado por uma repórter deslumbrada (com razão) sobre esta mesma cena e a carga emocional de sua atuação em Dr. Jivago, Shariff, com um sorriso dúbio, desmistifica tudo: confessou-se entediado com o personagem, aborrecido com o frio miserável que assolava as filmagens e explicou o motivo pelo qual ele aceitou o papel – que norteou ainda a escolha de seus demais filmes: a premência com dívidas que ele, jogador inveterado, vinha acumulando ao longo da vida e que precisavam ser pagas ermergencial e indiscutivelmente!

Pense bem: aquele olhar provindo de um homem entediado. Imagine, então, se ele estivesse apaixonado pelo papel? Era um caminhão de Oscar!!

Robert Redford (1936)

Caçula desta listagem, este belo homem loiro de feições marcantes e atitudes elegantes e discretas é um grande ator, diretor de indiscutível talento e sensibilidade, além de ativista em causas sociais e humanitárias.

Ele bem poderia ser, também, o irmão de Paul Newmann e o pai de Brad Pitt... ^^

Dono de um talento multifacetado, pode surgir fofo e atrapalhado em Descalços no Parque, fora da lei em Butch Cassidy & Sundance Kid, golpista gente boa em Golpe de Mestre, crítico e desafiador em Todos os Homens do Presidente, aventureiro em Entre Dois Amores, misterioso e sedutor em O Encantador de Cavalos...

Faça a sua escolha... ou fique com todos!